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| SÍTIO ARQUEOLÓGICO HASANLU (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS) |
A autora do estudo Megan Cifarelli, professora do Manhattanville College (Estados Unidos), analisou sepulturas de Hasanlu, no noroeste do Irã, sítio arqueológico que foi destruído pelo fogo há cerca de 3 mil anos. Depois que o local foi abandonado, há 2,8 mil anos, as sepulturas sobreviventes continuaram abandonadas até serem encontradas por arqueólogos, que documentaram os corpos e os pertences enterrados juntos.
Cifarelli analisou seus relatórios e encontrou pessoas enterradas com itens que provavelmente eram considerados masculinos e femininos. No entanto, cerca de 20% dos túmulos continham uma mistura de objetos, o que mostra que ou o povo de Hasanlu acreditava em um terceiro gênero, ou que não via o gênero dicotomia rígida.
"Isso foi substituído por um modelo médico, analisando o sexo dos corpos por métodos científicos", afirma Cifarelli ao site IFLScience. "No entanto, para uma grande porcentagem da população, não podemos dizer." Isso significa que algumas dessas pessoas teriam sido o que nós chamaríamos de intersexuais, mas os arqueólogos assumiram que eram homens ou mulheres e tentaram caracterizá-las assim, assumindo que sua cultura via definições sexuais como o mundo ocidental.
Cifarelli está ciente de que nem todos concordarão ou entenderão suas descobertas. "As pessoas acham que devo ser um radical das cruzadas, empurrando a política de identidade contemporânea para o passado, mas na verdade estou tentando levantar o peso da política de identidade do século 19."
Fonte: Revista Galileu


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