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| Fóssil do réptil marinho Eretmorhipis carrolldongi (Foto: Long Cheng/Ryosuke Motani/Scientific Reports) |
"É uma quimera de características estranhas", disse Dr. Motani, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ele e cientistas liderados por Long Cheng, paleontólogo do Centro Geológico de Wuhan, na China, examinaram dois espécimes encontradas na província chinesa de Hubei. A análise foi publicada na revista Scientific Reports.
O primeiro exemplar foi identificado há cerca de uma década, mas faltava uma cabeça. O segundo foi desenterrado por Cheng em 2015. Ambos datam de cerca de 247 milhões de anos atrás, durante o início do Triássico, pouco antes dos dinossauros dominarem a Terra.
A criatura tinha aproximadamente de 60 centímetros de comprimento, e suas órbitas apenas um centímetro de largura. Isso surpreendeu os pesquisadores, visto que répteis marinhos pré-históricos normalmente tinham grandes olhos que os ajudavam a localizar presas nas águas escuras onde nadavam.
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| Fóssil do crânio de Eretmorhipis carrolldongi mostra que ele tinha bico como o do ornitorrinco (Foto: Long Cheng/Ryosuke Motani/Scientific Reports) |
Este seria um exemplo de evolução convergente, quando dois organismos não relacionados desenvolvem, de forma independente, características semelhantes por causa das pressões evolutivas de seus habitats.
O mais provável é que a comida preferida de E. carrolldongi fosse o camarão pequeno. "Quando chegava hora de se alimentar, basta virar a cabeça para a direita ou para a esquerda e, se acertasse alguma coisa, ele comia", explicou Motani.
Se a descoberta for confirmada, isso tornaria E. carrolldongi o primeiro exemplo conhecido de um amniota – o grupo que inclui mamíferos, répteis e pássaros – que usa o toque para caçar.
A pesquisa deixa hipótese para uma possível semelhança sensorial entre o réptil marinho e o ornitorrinco: a eletrorrecepção, que é a capacidade de encontrar presas usando impulsos elétricos. Mas os pesquisadores só saberão disso caso encontrem tecidos moles fossilizados da espécie.
Fonte: Revista Galileu



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