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| Fóssil de nova espécie de camarão é descoberto no interior do Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/SVM |
A espécie faz parte da família Solenoceridae, que possui nove gêneros atuais e apenas dois gêneros fósseis. No entanto, ao contrário de outras espécies do grupo, a Prioryncha feitosai apresenta um sulco cervical, uma depressão bem profunda em sua carapaça. O nome dado à espécie veio da junção das palavras “prio” e “ryncha”, que significam “rosto” e “serreado”, que fazem alusão a outra característica peculiar encontrada no novo gênero: uma série de espinhos rostrais, dispostos na região dorsal, que difere de outras espécies descritas da mesma família.
Já o “feitosai”, homenageia o padre Neri Feitosa, que foi um dos pioneiros na pesquisa paleontológica na Região do Cariri, no Sul do Ceará, na década de 1960 e 1970, iniciando um trabalho distrito de Jamacaru, em Missão Velha.
O material foi coletado em 2016, mas a sua descrição só foi aceita há pouco mais de 15 dias. De Trindade (PE), seguiu para o Laboratório de Paleontologia da URCA, onde passou por um processo de triagem e preparação até iniciar sua identificação.
Uma das responsáveis pelo trabalho foi a estudante Damares Ribeiro, que faz parte do programa de Bioprospecção Molecular da URCA e publicou um trabalho sobre a nova espécie. “A gente fez toda revisão bibliográfica, descrição das características, que vão reforçar ser um novo gênero, uma nova espécie. É um processo longo”, explica.
Os camarões solenocerídeos são estritamente encontrados nos oceanos e, por isso, reforçam os indícios de que a Região Cariri teve incidência marinha no período Cretáceo, há 110 milhões de anos. “São espécies de mar aberto, não costeiro, marinho de profundidade”, ressalta o professor da URCA, Allyson Pontes, que faz parte do Laboratório de Crustáceos do Semiárido.
O fóssil do camarão será depositado no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, no Ceará, onde ficará exposto para que cientistas e o público em geral possa conhecer. O museu está sendo reformulado, chegando novas peças, novas réplicas, em tamanho natural, como de fósseis de pterossauros.
Fonte: G1


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