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| "Portugalosuchus azenhae" é uma espécie de crocodilo descoberta em Tentúgal por paleontólogos portugeses |
A esta nova espécie os cientistas batizaram de Portugalosuchus azenhae: “suchus” porque é a palavra latina para “crocodilo”, “Portugal0” porque é uma espécie portuguesa e “azenhae” porque quem descobriu os fósseis — um crânio e uma mandíbula — foi a geóloga Matilde Azenha, que fazia estudos de terreno dentro da pedreira. Embora o objetivo desse estudo não fosse encontrar fósseis animais, não é incomum encontrá-los em locais como este: “Não andávamos à procura de crocodilos. A Matilde estava a estudar a geologia da região e deparou-se com estes fósseis. Em locais como este é possível ler um período da história que de outra forma estaria coberto por vegetação”, resume o cientista.
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| Os fósseis encontrados pela geóloga Matilde Azenha |
Imagine que consegue viajar até ao passado da história da Terra e acaba no tempo em que os dinossauros dominavam o planeta. Se olhasse para os répteis semelhantes a crocodilos que existiam no início da era dos dinossauros — os crocodilomorfos — e depois os fosse comparar com este crocodilo descoberto por portugueses, provavelmente não conseguiria encontrar diferenças muito significativas. Mas um olhar mais atento descobriria uma característica muito importante para descrever a evolução desses animais: uma abertura na mandíbula.
Há muito que os cientistas procuravam por um animal com as características que os portugueses encontraram no Portugalosuchus azenhae. “Os crocodilomorfos, que são répteis que ainda não são como os crocodilos que nos conhecemos, tinham uma abertura nos ossos das mandíbulas. O cenário perfeito era encontrar o iniciozinho dessa abertura, o momento em que ela surgiu na morfologia destes animais. Foi isso que encontrámos em Tentúgal”, explicou Octávio Mateus ao Observador.
O surgimento dessa abertura foi muito importante para o sucesso da espécie dos crocodilos no cimo da terra, indica o paleontólogo. Se não fosse ele, talvez os crocodilos nunca tivessem chegado à atualidade. De acordo com Octávio Mateus, “esta abertura pode ter surgido para abrir uma passagem de músculos, artérias e nervos”: “Esse rearranjo da mandíbula fez destes crocodilos mais bem sucedidos”, concluiu o cientista da Universidade Nova de Lisboa. Como essa é uma “morfologia distinta de qualquer outro animal”, isso significava que este crocodilo pertencia a uma família nunca antes vista. E isso significava que ele simbolizava uma nova espécie.
Fonte: Observador



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