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| (Ernest Haeckel/Wikimedia Commons) |
Carambolas-do-mar tem consistência gelatinosa – seu corpo consiste essencialmente em um saco de um tecido transparente chamado mesoglea –, e podem alcançar um metro e meio. Se locomovem usando conjuntos de cílios que, vistos de longe, lembram um pente. Superficialmente, se parecem muito com águas-vivas, embora do ponto de vista taxonômico pertençam a um filo próprio, o dos ctenóforos (as águas-vivas são cnidários. Parecido, mas não igual).
As carambolas-do-mar são a prova de que menos é mais. Elas mantêm essencialmente a mesma aparência desde a origem da vida multicelular na Terra – o que as torna excelentes janelas para o passado. Segundo Zhenbing She, a carambola fossilizada recém-descoberta é muito parecida com a de um tipo de carambola contemporânea pertencente ao gênero Pleurobrachia (conhecida pelos cientistas como groselha-do-mar. As analogias com frutas, aparentemente, são populares).
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| Uma carambola-do-mar bioluminescente. Poderia ser o abajur do seu quarto. (R. Griswold/NOAA/Domínio Público) |
Por muito tempo, o marco zero da vida animal na Terra foi um evento chamado explosão do Cambriano, ocorrido há 541 milhões de anos. Uma famosa formação geológica chamada Burgess Shale, descoberta por Charles Walcott em 1909 na província canadense de Columbia Britânica, contém fósseis de criaturas com anatomias extremamente variadas – algumas das quais não tem equivalentes na fauna contemporânea. Esse aumento repentino de biodiversidade (até aquele ponto, a vida na Terra era total ou majoritariamente unicelular) é muito importante para a história natural.
Por volta da década de 1960, graças a uma série de fósseis engavetados (o mais antigo deles coletado ainda do século 19), paleontólogos começaram a perceber que havia um conjunto de bichinhos anteriores à explosão do Cambriano, batizados coletivamente de Biota Ediacarana. O Dickinsonia, antigo detentor do título de animal mais antigo conhecido, pertencia à esta biota.
A carambola-do-mar chinesa, porém, é ainda mais antiga – e, portanto, ainda mais especial. A biota de Weng’an ainda está cercada de dúvidas. Mas, se continuar rendendo fósseis nesse ritmo, pode se tornar um dos sítios mais importantes da paleontologia.
Fonte: Super Interessante



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