![]() |
| REPRODUÇÃO GRÁFICA DO LOCAL DESTINADO A RITUAIS (FOTO: UNIVERSIDADE DE SALENTO) |
Dedicado a Plutão — divindade ligado à morte e ao submundo, como o deus grego Hades — o local está localizado na cidade de Hierápolis, que atualmente pertence à Turquia, e foi redescoberto por arqueólogos há sete anos. Ao se aproximarem das ruínas, os cientistas notaram que as propriedades mortais do templo ainda se manifestavam na região: insetos e pássaros que entravam na gruta sufocavam e morriam.
Ao realizar uma análise geológica do local, a dúvida foi solucionada: por conta de uma fissura em uma das rochas da caverna, uma grande concentração de dióxido de carbono é emitida graças à atividade vulcânica que existe na região. A presença de gás é tão marcante que escapa da gruta e se acumula no local que servia como a arena destinada a sacrifícios: forma-se uma densa concentração tóxica que é acumulada a até 40 centímetros do chão.
De acordo com as análises, o gás é dissipado por conta da luz solar durante o dia, mas mantém sua concentração durante o período da noite — antes do amanhecer, os pesquisadores identificaram a maior concentração de dióxido de carbono. No fundo do lago que compunha a arena religiosa, a presença do gás era extremamente mortal.
E daí acontecia a "mágica" do templo: os visitantes, que ficavam a uma distância segura dos gases tóxicos, podiam jogar pequenos animais na arena e presenciar sua morte — enquanto isso, os sacerdotes estavam dentro da arena, ilesos.
Acontece que os religiosos mantinham seus corpos acima da névoa mortal, nunca entrando em contato direto com o dióxido de carbono vulcânico. Quando realizavam sacríficos de animais ou até entravam na gruta para mostrar seus poderes divinos, eles seguravam a respiração porque tinham pleno conhecimento das propriedades químicas do local. Conhecimento é poder, afinal...
Fonte: Revista Galileu


0 comments:
Postar um comentário