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| PINGUINS-REIS PODEM DESAPARECER DEVIDO AO AQUECIMENTO GLOBAL. ANIMAIS PRECISAM PERCORRER MAIORES DISTÂNCIAS PARA ENCONTRAR ALIMENTOS PARA SEUS FILHOTES (FOTO: THINKSTOCK) |
De acordo com a publicação, o aquecimento global pode causar o desaparecimento de 70% dos pinguins dessa espécie ou forçar esses animais a encontrar novas áreas para reprodução.
Céline Le Bohec, co-autora do estudo, alertou que a espécie pode até mesmo "desparecer” em um "futuro próximo" se medidas não forem tomadas para "parar ou controlar" o aquecimento global e a pesca descontrolada.
Um outro estudo, divulgado no começo do mês, descobriu que uma combinação de mudanças climáticas e pesca industrial está ameaçando a população de krill antártico (animal invertebrado semelhante ao camarão), com um potencial impacto sobre baleias, focas e pinguins.
Mas o relatório publicado na segunda-feira é um alerta ainda mais forte sobre o potencial de devastação das mudanças climáticas e exploração humana no delicado ecossistema antártico. “A menos que a atual emissão de gases do efeito estufa caia, 70% dos pinguins-reis — o equivalente a 1,1 milhão dos casais — serão forçados a realocar suas áreas de procriação ou enfrentar a extinção antes do final do século”, afirma Céline.
Os pinguins-reis, que são o segundo maior tipo de pinguim, só procriam em ilhas específicas isoladas no Oceano Antártico, onde não encontram cobertura de gelo e têm fácil acesso ao oceano. O problema é que o aquecimento das águas está levando os alimentos desses animais para regiões mais afastadas. Isso significa que os pinguins-reis, que se alimentam de peixes e krills, têm que viajar mais para encontrar alimentos para seus filhotes, que acabam passando fome mais tempo.
À medida que a distância entre suas áreas de procriação e alimentação crescer, os cientistas preveem que colônias inteiras desses animais irão desaparecer.
Céline, que conduziu o estudo com Robin Cristofari, do Centro Cientifico de Mônaco, e Emiliano Trucchi, da Universidade de Ferrara, na Itália, disse que a situação dos pinguins-reis deveria servir como um aviso sobre o futuro de todo o ambiente marinho na Antártida. “Pinguins, como indicadores sensitivos das mudanças no ecossistema marinho, são chave para o entendimento e previsão dos impactos das mudanças globais no bioma marinho e em regiões polares nas áreas antárticas e subantárticas”.
De acordo com o relatório, apesar de alguns pinguins serem capazes de migrar para novas áreas de procriação, próximas a suas fontes de alimentação, novos habitats seriam escassos.“O principal problema é que há poucas ilhas no Oceano Antártico e nem todas elas são apropriadas para grandes colônias de reprodução”, afirma Robin Cristofari.
Cientiestas e ativistas ambientais estão pressionando para a criação da maior área de proteção marinha do mundo na Antártica. O objetivo é proteger espécies como pinguins, focas-leopardo e baleias com uma zona livre de pesca. Especialistas dizem que isso também ajudaria a reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Fonte: Época Negócios


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